segunda-feira, 30 de junho de 2008

Blitz

Sábado, às 10h50 da manhã, ninguém merece ser parada em uma blitz. Pois é, isso nunca tinha acontecido comigo, mas nessa moda de ‘lei seca’ nem fiquei espantada quando o policial fez sinal para parar o carro.

- Moça, por favor, o documento do carro e a habilitação.
- Estão aqui.
- Você deve estar achando estranho, uma mulher sozinha ser parada assim, mas isso é importante para a sua segurança. Vai que você foi assaltada e tem um bandido no seu carro. [Olhando meus documentos]
- È, o senhor tem razão.
- Você é bonita hein, é descendente do quê?
- Italiano. [Ai, começou a tosquice]
- A minha namorada também. Ela é braaaaava. Ela e o pai dela. Quando eu comecei o namoro a primeira coisa que ele perguntou foi quais eram as minhas intenções.
- Pois é. [Comer sua filha?!, meio óbvio...]
- É que ela já foi casada com um homem rico pra caramba, mas não sei não... O cara ficava vendo filme pornô e não queria nada com ela...
- ... [Cara de paisagem: que que eu tenho com isso? E eu lá quero saber da vida sexual dos outros!!!]
- E outra, ela me disse que casou virgem com ele. Eu nunca casaria com uma mulher sem saber como ela é na cama.
- ... [Cara de paisagem 2: qual é o limite do desacato à autoridade? Será que eu posso mandar esse fulano à merda???!!!]
- Então, a gente está sem o bafômetro. Mas tudo bem, seus documentos estão certinhos.
- Legal. [Antes eu tivesse bebido!!! Socorro!!!!]
- Viu como não são todos os policiais que são carrancudos. A sociedade precisa entender que a gente é legal, estamos aqui pela segurança das pessoas. Você viu como eu sou gente boa. Pode ir.
- Obrigada. [Pasma com o ‘monólogo’ e atrasada]