segunda-feira, 22 de junho de 2009

Fashionistas

Sinônimo de ser fashion ou não, customizar virou mania na moda-carro. Iniciada pelos dados de retrovisor – retomados agora em fase retrô —, a história da personalização de veículo no Brasil mostrou importante evolução. Antes do filme “Velozes e Furiosos”, os neons já faziam sucesso nos painéis de Brasilias e Fusquinhas de brasileiros mais que modernos, na década de 1980. Lembro-me da minha infância, quando ficava impressionada com aquela luz verde que saía do volante do carro ao lado.

O neon foi parar no assoalho de alguns e quem se popularizou mesmo foi o adesivo. Como a tatuagem, antigamente quem tinha um adesivo no vidro era olhado com certo preconceito. Os tempos mudaram e, agora, é um tal de santo pra lá, crucifixo pra cá, logo de marca de roupa, mensagens para o vizinho como “a inveja alimenta meu sucesso” ou “veículo rastreado por fofoqueiros” e por aí vai. Os mais descolados forram o carro com tribais e a mulherada coloca aquelas figuras “fofinhas” para ajudar o bandido a escolher qual carro vai roubar no semáforo.

A customização não é apenas visual. Pessoas sem infância - que nunca colocaram potinho de Danone no pneu da bicicleta para fazer barulho -, hoje usam o escapamento do carro como forma de se destacar da maioria. É acelerar e se ouve aquele barulhão. Só o dono acha que o carro está praticamente turbinado com isso. É o que eu digo, deixa o cara ser feliz. Pra que o preconceito?

Também há aqueles que investem no som. Aí passam a madrugada rodando pelo bairro ao ritmo de funk, rap, lambada... Realmente, às vezes não ouço o fim do filme, mas tudo bem. O que me conforta é que um dia eles tentarão assistir a qualquer coisa na TV e não poderão ouvir nada do começo ao fim. Excesso de decibéis causa surdez, meu amigo.

Para minha Kombi já decidi. Inspirada na São Paulo Fashion Week, adotarei o “modelito” tricô de Monte Sião, mas com um diferencial: no porta-malas (se é que eu posso chamar aquilo de porta-malas) colocarei uma máquina de algodão-doce, daquelas de festa junina. Quero ver alguém com uma Kombi igual a minha!

sábado, 13 de junho de 2009

Estripulias

Quem não aprontou no trânsito ou pagou aquele mico dirigindo, que atire a primeira pedra. Outro dia, estava na rodovia dos Bandeirantes e meu irmão, no carro da frente, fez a gentileza de pagar o pedágio pra mim. Quando vi o sinal dele, fiquei tranquila e acelerei em direção à cancela, que estava aberta... Pra ele!

Foi passar direto, que a cancela rebateu no carro e começou a tocar uma sirene horrorosa na praça de pedágio. Não sabia se voltava, fugia da polícia (com tanto barulho, deveria ter até helicópteros na perseguição) ou se fechava o vidro para reduzir os danos causados pelo mico. Virei motivo de chacota da família.

Pior. Fui contar para um amigo a minha presepada e, uma semana depois, ele fez o mesmo – o tal do “sem parar” não funcionou e o bonitão, obviamente, não parou. Mico!

Mas mais engraçada foi uma conversa que ouvi outro dia na padaria. Em um sábado de manhã, a mulher saiu de casa rumo ao trabalho. Ela se distraiu segurando o café da manhã no banco e “tum”, arrancou o retrovisor de um Mercedes:

- Ai, não teve jeito, saí correndo... Não tinha ninguém no carro. O que eu ia fazer?

- Está certa, imagina quanto deve custar o retrovisor de um carro desses!

- Ah, mas estou com peso na consciência... Sem contar o mico.

- Não fica não, boba. Não deve faltar dinheiro pro cara que tem uma Mercedes.

- É, tem razão. E outra, quem mandou ele parar na rua?! Um carro desses tem de ficar em um estacionamento!