segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dança do acasalamento

Mulher ao volante está sujeita a coisas que vão além de assaltos, xingamentos e batidas em colunas de garagens. Bizarrices como a dança do acasalamento estão no topo da lista de riscos no trânsito. Pode soar estranho o nome, mas provavelmente já tenha presenciado (ou feito) coisas cafonas como: som alto e estalos de dedos para fora da janela, som alto e olho maroto ou, na falta de rádio, braço para fora e aquele mascar chicletes insuportável.

Isso é a famigerada dança do acasalamento, mais conhecida como tentativa ridícula de chamar a atenção da mulher que está no carro ao lado. A base das técnicas é a mesma, mas as abordagens variam de acordo com a criatividade do motorista.

Outro dia, fui dar passagem a uma ambulância e precisei subir no canteiro, no meio da rua, pra ela conseguir cortar o trânsito. Quando voltei o carro para o lugar, o motorista do guincho na faixa ao lado começou a me aplaudir. Olhei para os lados na procura de algum fato digno de palmas, e nada. Era pra mim mesmo. Tratei de acelerar, esse papel de heroína não me cabe.

Quando já estava longe, comecei a refletir. O que esses caras acham que a mulher vai fazer? Jogar o celular para a janela dele, como na propaganda de xampu (ou qualquer cosmético deste nível), abrir a porta e convidá-lo para um “drink” em sua mansão no Morumbi ou se atirar em cima do carro? Não, meu amigo. Ela vai fechar o vidro, virar a cara e pensar: que idiota! E não adianta trocar funk por jazz. Ela vai te achar um otário do mesmo jeito.

Aliás, homens com esse mau hábito devem ficar atentos ao risco à saúde. Segundo a Universidade do Pelourinho, acidentes de trânsito têm o segundo maior índice de braços decepados, fica atrás apenas das minas de Moçambique.