quinta-feira, 13 de agosto de 2009

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Diante das últimas notícias no país, comecei a esboçar o carro do futuro. Tarefa nada fácil. Para começar, a motorização. Em tempos de consciência ambiental, o propulsor teria de ser alimentado por lixo orgânico, igual ao DeLorean do “De Volta para o Futuro”. Na terra das hidrelétricas e apagões eu não arriscaria ter um automóvel elétrico. Lixo tem bastante, aliás, não faltaria nunca neste país.

Outro cuidado importante é em relação ao ar-condicionado. Condutor e passageiros precisam ser protegidos de pandemias como a Gripe do Presuntinho, portanto, carro sem ar é a solução. Como não dá para abrir os vidros por causa dos assaltos, a saída seria ficar sufocado mesmo ou levar o seu arzinho em um tubo portátil.

Ainda contra gripes de bichos, as portas abrigariam um recipiente embutido com álcool em gel. Além de higiênica, a medida ajudaria os produtores de etanol, que perderam mercado com a chegada dos motores movidos a casca de banana e orelhas de sarneys (citados acima).

O porta-luvas não seria apenas um buraco sem fim. Teria divisão para acondicionar cabalisticamente 468 atos secretos. A portinha viria com fechadura acionada por biometria, para nenhum senador ou manobrista enxerido descobrir os segredinhos sem autorização.

Outro item indispensável nos dias de hoje é o detector de fumaça. Caso algum fumante acenda um cigarro ou um zen budista, incenso, em um carro equipado com tal dispositivo, o combustível seria cortado imediatamente e um aviso sonoro alertaria: este carro está sendo defumado, este carro está sendo defumado. E por aí vai.