terça-feira, 9 de novembro de 2010

Vanilla Sky

Noite quase em claro gera um grau de irritabilidade significativo. O trabalho também não colaborou, muito menos a multa que ganhei de presente por atender o celular ao volante. Tudo bem, eu estava errada, mas em qualquer outro dia não me afetaria tanto.  Se não bastasse, chega a sua amiga com cobranças que fazia tempo que não ouvia. Vontade de gritar? Não. Vontade de afogar um na pia!

Então, quando um breve desabafo no Twitter não resolveu, restou-me juntar as coisas, pegar a bolsa e ir embora. Mas como tudo na vida tem seu lado bom, ao sair da garagem percebi que God, Gaia ou a poluição (não sei de onde veio o fenômeno) havia me dado um presente especial. Sim, era um céu de baunilha no fim de tarde paulistano.

Normalmente, só consigo observar o céu quando estou presa no trânsito. Desta vez, foi ao tentar uma brecha na rua para seguir o meu caminho. Até cometi a irresponsabilidade de abrir o vidro do carro, para observar aquele céu sem a interferência do insulfilm.

E lá estava o céu, exatamente da cor tão exaltada no filme Vanilla Sky – remake hollywoodiano do genial Abre los ojos. Como o trânsito não andava mesmo, fiquei um bom tempo observando as nuvens brincando entre os tons pastéis de amarelo. Para completar o momento “feeling good”, começa a tocar no rádio Dreams (The Cramberries). Tudo bem, meio fora do contexto baunilha, mas a balada é boa.

Mergulhada no vanilla sky, bem longe nos meus pensamentos, eis que toca o celular. Feliz da vida atendo e, pela velocidade da caneta do marronzinho, terminei o dia com mais uma multa. Anoiteceu.