terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Salve as aranhas, minha gente

Barata, rato, lesma e escorpião são bichos desagradáveis de se ter no carro, mas nunca liguei para as aranhas. Atualmente, devem morar umas cinco na Kombi, porque eu nunca mato. Por causa dessa postura ecológica de “salve as aranhas, minha gente” praticamente fico sem a porta do carro. Tudo começou quando vi uma aranha de exato 1 mm sobre o teto, quase no vão da emenda com a porta.

Ela sorriu para mim, eu sorri de volta. Como não mato aranhas, mas tenho medo que elas pulem na minha cabeça, dei um assopradinha para a moçoila sair do lugar e eu poder abrir a porta. Feito. Foi tudo numa boa. Ela encolheu as patinhas, pulou e não reclamou de nada.

Entrei no carro, vesti os sapatos de dirigir (quem é mulher sabe o quanto destrói um sapato o ato de dirigir), liguei o carro e abri o vidro. Quando comecei a tirar o carro da vaga me toquei que o vidro estava ABERTO. Pânico! E se ela pula na minha cabeça e enrosca no meu cabelo? Para evitar o pesadelo com o aracnídeo — quem assistiu ao filme Aracnofobia sabe do que estou falando —, tratei de fechar o vidro imediatamente.

Foi quando esqueci que do lado esquerdo encontrava-se uma robusta coluna pintada em preto. A Kombi virou um urubu, praticamente. A porta ficou toda ralada. Inconformada com a barbeiragem em pró da natureza e do meu cabelo, encostei a testa no volante e fechei os olhos. A única imagem que veio a minha mente foi a da parcela do IPVA que paguei naquele mesmo dia.

Diante dos fatos, hoje escrevi um e-mail para o Greenpeace, com o pedido de ressarcimento pelos gastos com funilaria e pintura. Fico no aguardo. De qualquer forma, a aranha sobreviveu e terá um 2011 como o meu, com muita atitude. Seja ela qual for.