segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Cupido ao volante

O amor tem suas breguices e loucuras, mas o conjunto até que fica bonitinho. Há quem ache cafonérrimo se agarrar em escadas rolantes ou mandar beijos pelo ar. Questão de estilo. Outro dia a luta de um casal para conseguir trocar declarações no meio do trânsito me comoveu pela tamanha dedicação.

Tudo começou na Avenida Paulista. Ele em um carro à esquerda e, ela, à direita. Vidros abaixados e troca de olhares. Em um primeiro momento achei que fosse um daqueles xavecos furados, que a menina sairia cantando os pneus.

Que nada. Já na Vergueiro os dois pararam no farol vermelho. Dessa vez, ela à direita dele. Ela abaixa o vidro e ele... Bom, ele abre a porta. Sabe como é. Vidro quebrado. Na hora desliguei o rádio para ouvir o que rolava. Só consegui ouvir a frase dele:

- Você deve me amar muito mesmo. Olha a situação do meu carro!

Ela, com seus cabelos compridos e pele aveludada sorria e respondia algo que não entendi. Só via as milhares de bitocas enviadas através de um quarto de vidro aberto. O que me fez deduzir que o vidro dela também estava quebrado. Muita coisa em comum, não?

No semáforo seguinte, pude acompanhar o desenrolar do romance com um Peugeot 206 que também ficou de coadjuvante. Mas ele interagiu mais: ficou na faixa ao lado do romanticão e olhava para o carro da mulher. Com uma técnica nova, quando a beldade parou para declarar o seu amor, o rapaz abaixou o vidro de trás – esse sim funcionava – e continuou o flerte.

Intrigado pelo diálogo, o cara do Peugeot ficou olhando. Provavelmente, vai usar a tática da próxima vez que tentar dar uma cantada em alguém no trânsito. Afinal, o som alto e o braço pra fora nem sequer desviaram os olhares da moça. Ele acelerou e foi embora.

E os dois apaixonados seguiram caminho. De longe pude ver quando ela atendeu o celular. Era ele na linha. Enxerguei o belo rosto do amado por causa da fraca luz do aparelho celular que o iluminava. Virei na rua seguinte, mas ainda deu para ouvir as buzinadinhas de despedida.

4 comentários:

Anônimo disse...

Prima!!!!
Depois daquele post no Peladin eu tive que vim aqui (na verdade o Bueno me passou o link..rs).
Pois é, tô vivo! Qto tempo a gente não conversa! Espero que esteja tdo bem contigo!

Bjão!

Anônimo disse...

Aham. Então tá.

Unknown disse...

Pelo menos a história teve final feliz. Quantas vezes não vi gente paquerando alguém na rua e quase entra com tudo no carro da frentE!!

heheheh

bjs!

Anônimo disse...

Uma vez falei um "tchau, beijo" para o namorado de um carro para o outro no semáforo e a tia atrás se irritou porque a gente demorou um segundo a mais para sair quando ficou verde.

Fui perseguida pela maluca por toda a extensão da Alameda Pamplona. "Rua não é lugar de namorico!", ela gritou.

O amor não é para todos.